Minhas melhores dicas para criar filhos bilíngues I


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Confira nesta publicação "Minhas melhores dicas para criar filhos bilíngues"


Por Adam Beck, autor do blog Bilingual Monkeys e The Bilingual Zoo 

(Tradução livre) 

 

1. Comece cedo 

 

a) Se você for proativo desde o início, suas chances de nutrir um bom equilíbrio na capacidade bilíngue da criança aumentarão. Do nascimento aos 7 anos é um momento vital. Este é o momento em que o nosso cérebro está mais apto à aquisição de novas línguas. 


b) Caso a criança frequente a escola e utilize seu idioma majoritário neste tempo, é mais fácil “reequilibrar” as duas línguas posteriormente. Em outras palavras, o investimento de tempo e energia nesta fase, tornará mais fácil manter este equilíbrio durante a infância. 

 

2. Priorize 


Tornar isso uma prioridade caminha lado a lado com ser proativo. Se o desenvolvimento da segunda língua não for uma prioridade em sua família, provavelmente, a língua materna se tornará dominante, enquanto que a segunda língua assumirá um papel mais passivo. Não subestime a rapidez em que isto acontece uma vez que a criança for introduzida na comunidade, sendo exposta na maior parte do seu tempo à língua materna. Tornar a segunda língua uma prioridade desde o início, aumentará suas chances de obter sucesso no longo prazo. 

 

  3. Não deixe ao acaso 


Não permita que as circunstâncias determinem seus resultados. Você deve continuamente moldar as situações, de forma que seu filho possa receber informações suficientes na sua segunda língua, contrabalançando o peso da exposição ao idioma materno em comunidade. Alguns levam uma abordagem mais “deixe a vida me levar”, acreditando que a segunda língua pode ser apreendida mais tarde, quando a criança for mais velha. Isto até pode ser verdade, em alguns casos, mas também existe o desejo natural de alguns pais de se comunicar com a criança em sua língua materna ao longo da infância, assim como a necessidade de uma língua em comum entre a criança e seus parentes. 

 

  4. Determine uma meta 


Defina uma meta clara daquilo que você deseja que seu filho seja capaz de fazer na segunda língua. Você se contenta apenas com uma fluência oral e se preocupa menos com sua leitura e escrita? Ou a alfabetização também é importante para você e você gostaria de vê-lo ler e escrever fluentemente? Quaisquer que sejam seus objetivos, certifique-se de que seus esforços correspondam a eles. Boa capacidade de leitura e escrita são possíveis, mas esta é uma meta que exigirá um compromisso diligente seu e do seu filho. 


  5. Informe-se 


Ao se informar acerca de bilinguismo e crianças, você se tornará mais capaz de promover o desenvolvimento da proficiência linguística do seu filho. Busque ajuda em livros, sites e converse com outros pais, alargando, assim, seu conhecimento e ideias. Busque associações sobre bilinguismo ou pais em sua região para maior suporte. 


  6. Escreva sobre isto


Juntamente com a leitura sobre bilinguismo, escrever sobre sua experiência em criar filhos bilíngues (em um diário, fórum, blog, etc), naturalmente o torna mais proativo e eficaz em seus esforços diários. Para fortalecer suas perspectivas e ações, assim como o progresso do seu filho, o simples hábito de escrever sobre suas experiências pode ser determinante. 


  7. Ignore as pessoas negativas


Algumas pessoas, mesmo as letradas, podem achar que você vai confundir seu filho ou que ele enfrentará outras dificuldades ao ser educado bilíngue. Não permita que estes comentários te detenham. Ao mesmo tempo, ao ouvir tais comentários, não os leve tão a sério. Não existe uma fórmula que funcione para todas as famílias no quesito de criar filhos bilíngues. No meu caso, fico feliz em ouvir histórias de sucesso de outras pessoas, talvez porque eu possa adotar ou adaptar essas estratégias para a minha própria família. Porém somente eu posso decidir o que é apropriado para a minha situação particular. 


 8. Tenha em mente as condições centrais 


As duas principais condições para promover com sucesso a aquisição da linguagem e o uso ativo são exposição e necessidade. A criança deve ser exposta tempo suficiente e sentir uma necessidade orgânica de usar o idioma. Se uma ou ambas condições estiverem ausentes, o resultado mais provável é uma postura passiva diante da língua. Em outras palavras, a criança entende muito do que é ouvido, mas tende a confiar no idioma majoritário para se comunicar. Obviamente, essa capacidade passiva pode ser ativada mais tarde, mas novamente, o progresso requer a ativação dessas duas condições essenciais. No fundo, o sucesso na jornada bilíngue está sempre ligado à exposição e à necessidade. 


 9. Adote uma estratégia 


Como você usará os dois idiomas na sua família? Duas estratégias comuns são: uma pessoa, um idioma (quando cada pai utiliza sua língua materna para se comunicar com a criança); a abordagem idioma minoritário em casa (quando os pais usam o idioma minoritário em família e o majoritário é adquirido da comunidade). Qualquer que seja a estratégia escolhida, o importante é garantir que a criança tenha uma necessidade natural de usar o idioma minoritário e que ela passe tempo suficiente se comunicando neste idioma diariamente. A família deve ter consistência no uso da estratégia escolhida, a menos que uma mudança nas circunstâncias justifique a mudança na abordagem. 


 10. Decida a forma como seu filho será escolarizado 


A estratégia de ensino adotada pela família também poderá depender das decisões tomadas com relação à escolarização da criança. Seu filho frequentará a escola no idioma minoritário? Haverá a combinação dos dois? Vocês se decidiram pelo homeschooling? O importante ao decidir é observar amplamente a exposição ao idioma e buscar manter um equilíbrio efetivo entre os dois idiomas. Para a língua minoritária, 25 horas de exposição semanal seria um bom objetivo (Isso chega a ser por volta de 30% do tempo que a criança passa acordada, dependendo da sua rotina). Menos de 20 horas semanais já seria preocupante. Por outro lado, se o seu filho frequentar a escola no idioma minoritário, poderá ser necessário que você reforce alguns aspectos da língua majoritária (como a leitura e a escrita, por exemplo).



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