#MaratonaPrimus - Escolhendo os melhores livros | Live 3


Na última live da #MaratonaPrimus falamos sobre o calendário escolar como um todo, começando pelo ano letivo, passando pelos trimestres e semanas até chegar à rotina diária de estudos. Ficou bem clara para nós a importância dos livros em uma educação Charlotte Mason, afinal nós vimos que são eles que vão dar o tom do nosso planejamento, indicando até quantos dias por semana vamos dedicar a cada assunto.


É por isso que, depois de listarmos os conteúdos previstos para o primeiro ano formal, é necessário escolher muito bem os livros que farão parte do nosso currículo. Aliás, na última live falávamos sobre um adágio latino que diz "non legere, sed eligere" (não ler, mas escolher). Mas, quais são os critérios que devem reger essa escolha?


Em Parents and Children, Charlotte Mason nos dá uma excelente pista ao dizer que as crianças devem ter livros, livros vivos; os melhores não são bons demais pra eles; nada menos do que os melhores é bom o suficiente (p 279). Não basta que os livros sejam bons ou bonitinhos... Eles precisam ser os melhores, eles precisam ser livros vivos.


Definindo Livros Vivos


Mas, o que é um livro vivo? Bem, existem algumas definições possíveis. Vou compartilhar com vocês três das minhas favoritas.


  1. (...) um livro vivo faz o assunto ganhar vida porque tem essas quatro características: A primeira é que é geralmente escrito por um autor que tem paixão pelo assunto. Normalmente é escrito em forma de narração, e é como se o autor estivesse lhe contando uma história; ou pode ter um tom de diálogo, como se o autor estivesse sentado do outro lado da mesa conversando com você. A segunda é que é bem escrito; apresenta histórias bem contadas, e não frases curtas, entrecortadas e bobas. A terceira é que ele toca suas emoções e acende sua imaginação; você consegue visualizar o que o autor está dizendo com os olhos da sua mente. E a quarta é que um livro vivo contém ideias, não apenas fatos secos. Há ideias nele que vão alimentar sua mente e coração, formar quem você é enquanto pessoa e, muitas vezes, despertar outras ideias próprias suas. Quando você encontra esses quatro componentes em um livro, é um livro vivo. Sonya Shafer


  1. "L" é de literariamente poderoso, "I" é de ideias, "V" é de virtuoso. "I" é de inspirador. "N" é de narrativo. E "G" é de geracional. A palavra toda pode ser resumida a "imaginação", porque livros vivos ajudam a dar imagem às ideias em nossas mentes, e ajudam nosso cérebro a digeri-las, de forma que se tornem parte do nosso conhecimento. Emily Kiser (grifos nossos no acróstico LIVING)


  1. Um livro vivo não é um livro vivaz. (Dizer) "livro vivo" é uma declaração teológica. (Um livro vivo) é um livro que coopera com o Espírito Santo porque está repleto de ideias vitalizantes ao invés de ser tedioso e sem graça. Art Middlekauff


Livros didáticos x Livros vivos


Certa vez ouvi um exemplo magnífico que ajuda a diferenciar bem um livro didático de um livro vivo. Imagine que você tem entre as mãos um livro didático de História e o texto diz algo assim: "Após a guerra o rei morreu e, em seguida, a rainha morreu." Se esse mesmo livro fosse vivo, ele diria o seguinte: "Após a guerra o rei morreu e, em seguida, a rainha morreu de tristeza."

Talvez você tenha até conseguido imaginar uma rainha chorando!


Dificilmente estabeleceríamos qualquer relação de empatia com uma rainha que viveu sabe-se lá há quantos séculos atrás. Não somos da realeza, ela não era nossa amiga e, essa guerra não tem nenhuma implicação direta com a nossa vida. Ou seja... não nos importamos com ela! Podemos até sentir pena, mas em geral nem isso acontece. Essa pessoa e toda a sua biografia foi reduzida a uma mera informação, a um fato seco destinado ao esquecimento.


Mas, se somos capazes de identificar nela sentimentos iguais aos nossos, estabelecemos uma relação com essa personagem histórica. Todo mundo já se sentiu triste por perder um ente querido. Essa empatia cria entre nós e a rainha uma conexão e isso tem um impacto incrível na nossa memória de longo prazo. O poder de um livro vivo consiste no fato de que ele consegue fazer com que nos importemos com o que lemos. Como dizia Charlotte Mason, a pergunta não é — quanto o jovem sabe? quando ele tiver terminado sua educação —, mas quanto ele se importa? (School Education, p. 171).


Programação


1. Escolhendo um caminho a seguir (Veja como foi)⠀
2. Como planejar o primeiro ano do Ensino Fundamental (
Veja como foi)
3. Escolhendo os melhores livros (
Veja como foi)
4. Um currículo de Geografia para o 1° ano (
Veja como foi)
5. Um currículo de História para o 1° ano (
Veja como foi)
6. Um currículo de Ciências para o 1° ano (23/11 - 21h30) ⠀
7. Um currículo de Literatura e Alfabetização para o 1° ano (25/11 - 21h30)⠀
8. Um currículo de Inglês para o 1° ano (30/11 - 21h30)
9. Outras áreas de estudo para o 1° ano (Arte, Música, Matemática, Religião, Educação Física e habilidades para a vida). (02/12 - 21h30)


Por Juliana Poiares 30 set., 2022
A narração pode e deve ser inserida na rotina de estudos de alunos mais velhos, e, Karen Glass não somente recomenda a prática como nos dá subsídios para implementá-la.
Por Leciane Sulsbach 14 set., 2022
Os processos cognitivos envolvidos na criação de conteúdo escrito exigem uma organização de pensamento estruturada e refletida. Destarte, um tanto mais complexo do que o exercício oral.
Por Barbara Lores 12 set., 2022
Como uma tabela pode ajudar seu filho a aprender as datas de eventos históricos importantes e ainda incentivar a criatividade e potencializar a imaginação?
Por Maria Fernanda 08 set., 2022
Ao começar a narração oral formal com seu filho, você vai se deparar com várias dificuldades. São como aqueles primeiros passos de um bebê. A perseverança é a chave do sucesso na narração.
Por Mariana Maxnuk 01 set., 2022
A autora faz a comparação de que narração é como o processo digestivo do corpo. É o processo de assimilação do material que foi lido, portanto, se esse material já vem digerido, mastigadinho, a criança não vai ter muito trabalho a fazer e provavelmente não vai reter aquele conteúdo.
Por Renata Knupp 24 ago., 2022
A narração é essencial na educação. Muitas vezes tendemos a subestimar o poder da narração, justamente por ser algo tão “simples”. Nós achamos que é repetitivo, que toma um tempo que poderia estar sendo usado para aprender coisas novas, como novas leituras. E de fato, a narração toma tempo, porém esse tempo é bem investido.
Por Laura Pavret 12 ago., 2022
Estude com a Prof. Laura Pavret - A verdade é que a narração é infinitamente mais simples do que parece. Mas, justamente por ser simples, nós achamos que falta algo, queremos enfeitar.
Por Professor Rodolfo Braga 18 jul., 2022
Inauguramos o espaço filosófico. Os artigos desta seção terão uma perspectiva mais de busca pelo fundamento das coisas. Neste primeiro mês, o professor Rodolfo Braga nos mostra a importância de agir de acordo com o que as coisas são e não do modo como queremos que elas sejam.
Por Barbara Lores 14 jul., 2022
- Só posso contar com o coletivo feminista da universidade em que trabalho. E todas me apoiam nessa escolha. Inclusive, eu não estaria tão segura de dar esse passo sem o suporte delas.
Mãe zangada com a filha
Por Barbara Lores 30 jun., 2022
Você sabe por que seu filho mente? Conheça os 6 tipos de mentira e suas respectivas curas conforme descritas por Charlotte Mason em seu livro Parents and Children (Pais e Filhos)
Show More
Share by: